Introdução
A Receita Federal instituiu o Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB) — apelidado de “CPF dos imóveis” — com o objetivo de padronizar os registros imobiliários no país e transformar a fiscalização e a tributação do setor. A seguir, explicamos o que isso significa para proprietários, inquilinos e demais atores do mercado.
O que é o CIB e por que foi criado?
O CIB é um identificador único que será atribuído a cada imóvel urbano e rural no Brasil. A iniciativa faz parte da reforma tributária sancionada em janeiro de 2025 e busca unificar as informações imobiliárias em nível nacional.
Como vai funcionar?
- O Sinter (Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais), criado em 2022, será integrado ao CIB.
- Cartórios e órgãos públicos passarão a compartilhar em tempo real dados de escrituras, contratos de aluguel e transações imobiliárias.
- O CIB deverá ser informado em todos os atos, sob risco de sanções e comunicação ao CNJ.
- O cronograma prevê fase piloto e implantação plena até novembro de 2025.
Impactos esperados
Para os imóveis regulares
- Valorização patrimonial: imóveis com matrícula, escritura e registros atualizados tendem a ganhar liquidez, já que terão situação fiscal clara.
- Acesso facilitado a crédito: bancos poderão consultar o CIB para verificar a situação jurídica do imóvel antes de liberar financiamentos.
- Maior segurança jurídica: contratos de compra, venda e aluguel terão mais respaldo, diminuindo o risco de questionamentos futuros.
Para os imóveis irregulares
- Exposição imediata: imóveis sem matrícula ou com problemas de regularização ficarão fora do CIB ou terão status de “pendente/irregular”.
- Risco de restrições: pode haver bloqueios em financiamentos, programas habitacionais e incentivos vinculados ao imóvel.
- Aumento de fiscalização: ocupações irregulares, construções em áreas de risco e imóveis sem registro poderão ser identificados e alvo de medidas administrativas ou judiciais.
- Necessidade de regularização: proprietários serão pressionados a buscar soluções de REURB (Regularização Fundiária Urbana) para integrar seus imóveis ao sistema.
Impactos gerais
Para os proprietários
O cruzamento automático entre contratos, registros e declarações do IR vai permitir à Receita detectar facilmente aluguéis não declarados.
Para os inquilinos
Maior transparência e possibilidade de comprovar despesas com aluguel de forma documentada.
Para prefeituras e governo
Aumento da arrecadação, redução de fraudes e padronização nacional da base imobiliária.
E o IPTU?
Embora as alíquotas municipais não mudem, a base de cálculo tende a se aproximar do valor real de mercado. Isso pode aumentar o IPTU em diversas cidades.
Conclusão
O novo CPF dos imóveis (CIB) é um divisor de águas no mercado imobiliário brasileiro.
• Imóveis regulares tendem a se valorizar e ganhar liquidez.
• Imóveis irregulares enfrentarão desafios e pressão para regularização.
É hora de proprietários, investidores e famílias avaliarem a situação jurídica de seus imóveis e, se necessário, buscar regularização fundiária para não ficarem de fora dessa transformação.
Alexandre Corrêa de Oliveira Romano CEO – Usu Campeão Urbanização Social Ltda alexandre@usucampeao.com.br 0800-591-1328 Rua Claudio Soares 72, 6˚ andar Pinheiros São Paulo www.usucampeao.com.br